Tempo

 

“Quando a circunstância é boa, devemos desfrutá-la; quando não é favorável devemos transformá-la e quando não pode ser transformada, devemos transformar a nós mesmos” (Viktor Frankl).

Esperar é uma palavra que muitas pessoas não gostam de ouvir, pois desde a infância é repetida inúmeras vezes pelos pais e professores. Quando a espera é para um atendimento seja em um banco ou consultório médico, torna-se uma tarefa nada fácil.

Pesquisas comprovam que dos inúmeros problemas em que entramos, a maioria é fruto de um ato não pensado, ou seja, situações nas quais não esperamos o melhor momento para agir. Os piores negócios fechados foram feitos no tempo errado, assim como as crises nos relacionamentos afetivos que acabaram em separação tiveram como cenário a impulsividade.

O jargão, “não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”, não é uma verdade absoluta, pois funciona apenas em situações que não exijam raciocínio para tomada de decisão ou planejamento. Existem situações que não devemos tomar decisões precipitadas, principalmente quando a decisão envolve outras pessoas. Brigas em relacionamentos interpessoais ou afetivos geralmente acontecem devido a dificuldade de esperar o momento certo para conversar sobre os problemas.

E quando o que mais se quer está demorando? Quando a cura ainda não veio? Quando a crise financeira parece não ter fim? Quando a crise no casamento não cessa? O que fazer? Você pode estar pensando: “Não agüento mais ouvir a palavra tenha paciência ou espere mais um pouco”. Em muitas situações o tempo é a única solução, ou a única certeza, mas, em nenhuma hipótese a espera não deve matar a sua esperança.

O tempo é necessário para que possamos modificar em nós aquilo que ocasionou o problema, através da mudança de velhos hábitos, cicatrização de feridas e o principal: a busca pelo conhecimento de causa. A sensação de espera é de estar andando em círculos, dependendo da situação, se não há reflexão, realmente é. O que quer dizer que a cada ciclo (novas oportunidades) não está havendo mudanças (amadurecimento) necessárias para que as soluções possam aparecer, devido ao fato de que o conhecimento necessário não faz parte do repertório da pessoa, casal, família ou equipe.

Vejo casais de namorados finalizando o relacionamento e sofrendo em demasia por acreditarem que nunca mais será possível reatá-lo. Muitos usam o tempo da separação para buscar o autoconhecimento e mudar em si o que é necessário para prosseguir.

Outros aproveitam a fase desempregado para colocar as coisas internas no lugar, se preparando profissionalmente e pessoalmente para a próxima oportunidade. Quando a oportunidade encontra o bom preparo o sucesso é inevitável, mas quando a pessoa tenta burlar o tempo o insucesso passa a fazer parte de sua vida.

Esperar pode significar uma ótima oportunidade para investir no autoconhecimento e também nas reflexões do que deve ser mudado em nossas vidas. Observo a vida de muitas pessoas que ficaram muitos dias hospitalizados, a grande maioria reflete o que deve ser mudado em sua vida, o que deve ser mais valorizado e o que deve ser descartado.

Use o tempo a seu favor, através do desejo de aprender o que é necessário para quando tiver o que deseja saber cuidar e manter.