sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Entre o Suicídio e a Vida




O meu dia a dia como Psicólogo Hospitalar tornou-se mais tenso e preocupante devido às diversas tentativas de suicídio que está aumentando indescritivelmente. Atendo a base de uma pessoa que tenta suicídio a cada dois dias. Os casos consumados onde a tentativa foi letal, ocorreu devido a dificuldade de observação daqueles que conviviam com a pessoa (família e amigos). 

O suicídio reflete um contínuo que vai desde a idéia, a tentativa e até a realização do suicídio. Esses três grupos (os que pensam, os que tentam e os que cometem) são o passo a passo do suicídio. Tudo se inicia através do pensamento de desistir de tudo, fugir ou vingar-se de alguém. Brigas familiares, alto estresse no trabalho, humilhações, luto (morte de entes queridos) separação conjugal, rompimentos de namoro e depressão, são ativadores de ideações suicidas. Há pessoas que passam por tais situações sem comprometimentos emocionais, mas outras que não tem (teve) estrutura para suportar, necessitam de atenção redobrada.
Muitos interpretam o comportamento das pessoas que tentaram suicídio como forma de chamar a atenção, as estatística comprovam que tal forma de olhar é arriscada, pois 16% das dos suicidas tentaram outras vezes anos anteriores. 
Existem quatro tipos de suicídio dentre eles, Freeman & Reinecke (1993) descreveram como: (1) suicídio desesperançado que se refere às pessoas que acreditam que sua situação é intolerável e não há nenhuma esperança de melhora. Estas pessoas tornam-se extremamente pessimistas e vêem o suicídio como uma solução razoável para os seus problemas, considerando-o “adaptativo”; (2) suicídio psicótico inclui pacientes que têm alucinações ou delírios de comandos. Embora o suicídio seja a principal causa de morte prematura em indivíduos com história de esquizofrenia, as pesquisa não apóiam a crença de que os pacientes delirantes tentam o suicídio em resposta a alucinações de comando. Ao contrário, os esquizofrênicos tentam o suicídio durante períodos de relativa lucidez, uma vez que a cronicidade da doença e a recorrência dos episódios psicóticos é que colocam o indivíduo em risco de suicídio.; (3) suicídio racional é o terceiro subtipo de suicídio, onde freqüentemente estes indivíduos sofrem de uma doença terminal ou progressiva e vêem o suicídio como um curso de ação razoável. Como os pacientes desesperançados, esses indivíduos são habitualmente motivados pelo desejo de alívio de sua doença ou pelo desejo de evitar a dor ou o sofrimento decorrente de sua condição de deterioração, o qual acomete apenas 2% dos indivíduos. Destes, a maioria também manifesta um transtorno mental agudo, como depressão; (4) suicídio histriônico ou impulsivo  constituem o quarto subtipo de suicídio. Estes indivíduos são motivados não pelo desejo de alívio, mas por um desejo de estimulação ou excitação. Eles não tendem a se sentir particularmente desesperançados ou pessimistas; ao contrário, são motivados por um desejo de atenção ou vingança. Embora as tentativas muitas vezes sejam impulsivas e possam ser vistas pelos outros como “busca de atenção”, elas não devem ser ignoradas, nem sua significação deve ser minimizada (Reinecke, 2005).
            Pesquisas comprovam que 75% das pessoas que tentaram o suicídio procuraram ajuda, portanto vamos nos alertar ao presenciar alguém que apresenta os seguintes comportamentos: pensamentos suicidas, isolamento social, depressão, problemas com o abuso de álcool e drogas, problemas conjugais (onde não há aceitação de possível separação) e dificuldade de superação do luto. No caso de possíveis suspeitas procurem urgentemente ajuda de profissionais especializados.
            Já os familiares e amigos a melhor forma de ajudar após ter buscado ajuda profissional é junto a pessoa buscar a Jesus, pois ele é o único caminho que leva a Vida.

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