quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Algumas reflexões sobre a morte e o morrer




“Faça tudo como se estivesse fazendo pela segunda vez (em vida) e estivesse prestes a cometer o mesmo grande erro” (Viktor Frankl)

            Por natureza não gostamos de pensar na morte seja nossa ou de entes queridos, mas ela sempre está por perto e não vem somente na casa do vizinho.
            Uma das minhas missões como psicólogo hospitalar é acompanhar as famílias na hora do luto e em alguns casos quando o médico solicita, informar a triste notícia do falecimento para a família. Nestes casos vejo dois tipos de reação: choro advindo da dor da perca e choro advindo da culpa. Culpa por quê? Por achar que não fez o bastante, por não ter perdoado ou por não ter amado o suficiente. Se é coerente ou não estas pessoas pensar assim cada caso é um caso. O que quero enfatizar é o fato de por não querermos pensar na morte do outro ela pode nos pegar desprevenidos.
           
Nunca pensamos o que gostaríamos de estar sentindo no velório de um ente querido. Pensar o que gostaríamos de sentir além de saudade pode nos nortear diante do relacionamento com as pessoas a nossa volta.  Por exemplo, os pais que tratam mal os filhos achando que os mesmo nunca irão morrer, quando é pego desprevenidos acabam experimentando um dor terrível na consciência.
            A morte é o fim das possibilidades na terra. Então temos que esgotar tais possibilidades enquanto estamos vivos e enquanto nossos entes queridos também vivem. Então , perdoe, ame, cuide, faça, aconselhe e ore por quem você ama!
            Já há pessoas que agem como se nunca fossem morrer e acreditam que quando morrerem vão levar seus bens materiais ou vão ser recompensados no pós-morte por terem dado muitas cestas básicas ou ajudado as entidades apesar de em casa tratarem mal o conjugue, filhos e os desfavorecidos socialmente.
            Perdi um amigo recentemente e nunca vou me esquecer de uma de suas ultimas falas para mim: “Estou tranquilo na vida, pois tenho uma mulher que amo, filhas que amo, um Deus maravilhoso na minha vida, vivo em Cristo e trato bem meus amigos”. Após a sua morte a sua esposa me disse: “A dor é da saudade, mas o amor que ele tinha por nós nos deixou em paz, junto também pela certeza que está com Deus por ter morrido em Cristo”.
            Meu amigo em seus últimos anos de vida se preocupou em amar, amar e amar quem estava a sua volta. Ressaltando que o amor que digo é o amor coerente e firme claramente ensinado na bíblia (I Coríntios 13).
            O que você está fazendo hoje para fazer a sua/seu mulher/marido feliz hoje? Amanhã pode ser tarde e quando estiveres na frente do Juiz e Ele te perguntar o que fez com a família que lhe foi emprestada na terra o que vai responder?
            E se já perdi alguém e não amei como deveria ter amado? Ame o próximo de todo o coração! Desta forma o hoje reestruturará o ontem, pois o amor liberta (indico o filme “O poder da graça”, como incentivo).
            Para a minha vida quando a morte chegar para alguém que amo quero sentir apenas a dor da despedida e não a da culpa, por isso amo hoje o máximo que posso sobrepondo as barreiras da distancia e das incompatibilidades. E quando chegar a minha morte quero ir sabendo que: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (2 Timóteo 4:7).
            Não deixe para amanha, ame a Deus e ao próximo hoje, pois isto é o tesouro que levarás contigo, não o que ajuntou na terra. 

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