quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Soldados




“Quando nos espraiamos no terreno plano os canhões martelaram em cima de nós. Bombas e mais bombas foram caindo e nós sem o mínimo abrigo recebemos o bombardeio de peito aberto. Corríamos para um lado, corríamos para outra e cada vez mais o bombardeio se intensificava. Não pude escapar, uma bomba caiu em minhas pernas, quebrando-as, uma totalmente e a outra com fraturas graves. Procurei as pernas e não encontrei. Coloquei bem o capacete na cabeça e deitei de bruços, nada melhor podia fazer, ali a única proteção era a providência de Deus. Ato contínuo uma outra bomba caía em cima de um companheiro meu, um soldado do 1° pelotão. Olhei para ele; estava vermelho de sangue e apenas deu um gemido, virou para o lado e morreu.Vi-me perdido porque eu me esvaía em sangue e os padileiros não podiam entrar no campo para nos recolher, debaixo de tão pesado bombardeio. Pois mesmo assim os denodados homens do corpo de saúde entraram. Apanharam-me na padiola que foram jogando ora num lugar, ora noutro, corriam e voltavam e me pegavam de novo e foram me levando por lances, a trancos e barrancos, com grande risco de vida. Tiraram-me da zona de bombardeio, amarraram-me um gar­rote em cada perna e voltaram para apanhar o morto e mais alguns feridos que iam tombando”(trecho de relato de um soldado na segunda guerra mundial, fonte:  O Expedicionário – Memórias da 2º Guerra Mundial – Joaquim Pinto Magalhães).
Refletindo sobre a nossa realidade que ultimamente está repleta de mortes trágicas e crueldades de pessoas que não poupam nem mais os inocentes. Hoje os assaltos estão sendo seguidos de morte, sejam quem for a vítima, de crianças, pai de família a idosos indefesos. As drogas cuja liberação é tão incentivada por muitos estão alastrando pelos lares matando pessoas seja pelas suas consequências ou pelo desgaste emocional de mães e pais. Tudo isto me fez comparar a nossa vida com as dos soldados que viveram o
terror de uma guerra. Como aqueles que presenciam morte de inocentes que estavam lutando por uma causa do país e que em muitas vezes recebendo ataque sem causa aparente como aconteceu na guerra entre os EUA e o Iraque.  
Um dos meus autores preferidos, Paulo de Tarso, em sua caminhada em busca de um mundo melhor (com Deus), comparou a sua realidade com a de um soldado que luta por uma causa justa, automaticamente correndo riscos.
Assim estamos nós como soldados que: corre o risco de estar trafegando tranquilamente por uma rodovia não movimentada e ser atingido por um carro álcool/droga-bomba; que corre o risco de perder a vida só porque o inimigo quer o seu dinheiro; que está na linha de frente de uma batalha contra a injustiça social porque quem deveria estar preferem permanecer em seu conforto; que a qualquer momento pode perder um ente querido vítima de um jovem que não sabe manusear sua arma-carro/moto; correndo o risco de ser prejudicado só porque simplesmente não gostaram da sua cara; porque é mais espiritual ou porque não é do mesmo grupo que outros.
Sim, estamos em uma guerra igual ao relato acima e não sabemos quando e onde cairão bombas. Sim, estamos em uma guerra espiritual e as igrejas estão dormindo ou brincando de quem tem mais torcedores fanáticos ao invés de recrutar verdadeiros adoradores.
 Sim estamos em guerra e aqueles que estão dispostos a morrer para que outros possam viver, chorar para que outros possam sorrir e sabem manusear bem as armaduras do Senhor da vitória (Efésios 6: 13-17), estão convidados por ele a participar da missão de enviar suprimentos as vítimas desta guerra.
“Suporte comigo os sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o alistou” (2 Timóteo 2:3-4)

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