quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Para quem você trabalha?


            Sempre fui ouvidos para a minha mãe, mas lembro-me que foi na 5º série que em uma aula de Filosofia surgiu os primeiros pensamentos em ser Psicólogo. Tinha um ótimo desempenho quando o assunto era interpretar seja as frases filosóficas ou até os textos de literatura. As frases do professor ainda ecoam em meus ouvidos: “Você leva jeito para isso”.
           
Fiz o já extinto CEFAM (um misto de colegial e magistério) e como representante da sala, tinha a missão de conversar com os alunos que estavam com problemas. Chegou certo momento em que eu conversava com alunos de todas as salas do CEFAM e o mais impressionante era que até alguns professores vinham conversar comigo nas horas de angústia.
            Aos 19 anos entrei na faculdade e meu sonho começara a ganhar forma. Em meu segundo ano fui trabalhar em uma clinica de psicologia do transito e iniciei estágios em uma instituição de dependência química e de portadores de necessidades especiais. Descobri algo em mim, tinha um imenso amor pelas pessoas, queria ajudar de alguma forma, queria mudar a sociedade, queria mudar o mundo! Como todo aluno de faculdade ouvi muitos me dizerem: “Logo você vai acordar e ver que não vai conseguir ou não adianta ser bom”. Diante destas afirmações decidi então pensar diferente, devo me esforçar para mudar o mundo e ajudar as pessoas pessimistas a fazerem o mesmo.
            Como já relatei em outros artigos passei muita necessidade e tristezas durante a faculdade, mas nada tirou a vontade de estudar e ser psicólogo, tudo me fortaleceu para ajudar os que choram, pois senti na pele o que é chorar e sofrer.
            Em um belo dia li um livro de motivação na qual o autor fazia uma pergunta ao leitor: “Para quem você quer trabalhar? Dedique-se para isso então!”. Essa questão me fez refletir muito, aquilo não saia da minha cabeça. Fiz esta pergunta para alguns amigos. Uns queriam trabalhar para uma multinacional, outros em hospitais renomados, times de futebol, para o Roberto Justus, Silvio Santos, Unilever ou alguma clínica famosa, teve aquele que disse querer trabalhar para a prefeitura de sua cidade. Olhando para dentro de mim e para o meu desejo de por onde passar trazer transformação mesmo que para isto não venha a ganhar muito dinheiro ou tivesse que sofrer pelo próximo, descobri que para alcançar este desejo gostaria de trabalhar para uma pessoa no qual penso igual. Foi neste momento que decidi trabalhar para Deus! Não me arrependo desta parceria que me proporcionou ver muitas vidas curadas, outras que tentaram parar de viver hoje viver com entusiasmo, de enxugar muitas lágrimas transformando-as em sorrisos.
            Ser psicólogo é participar das tristezas e alegrias de pessoas que sobrenaturalmente confiaram na minha presença. É colaborar com o desenvolvimento emocional e espiritual de alguém. É voltar para a casa após ter ajudado alguém, com um sorriso no rosto dizendo: “Valeu a pena todo o meu sofrimento, dedicação, horas sem a família”.
Era uma noite muito linda e estrelada quando ouvi meu nome anunciado na cerimonia de formatura e em meio às lágrimas subi olhando para a minha mãe, grande guerreira que deu o seu máximo para ver seu filho se formar. Ao pegar o diploma olhei para o alto e em uma posição de reverencia na frente de todos agradeci a Deus e disse e Ele: “Entrego a ti este diploma, estou honrado por a partir de agora trabalhar para Ti”.
São quase 8:30 da manhã estão me chamando para atender uma pessoa em crise no pronto socorro, antes de ir atender orei dizendo: Pai, temos um trabalho a fazer, há uma pessoa precisando de Ti e sei que para ajuda-la o Senhor está me enviando obrigado por confiar em mim.

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