quarta-feira, 21 de março de 2012

Auto (des)confiança




“Homem superior é aquele que começa por pôr em prática as suas palavras e em seguida fala de acordo com as suas ações”. (Confúcio)
Falar é uma habilidade concedida por Deus a nós humanos para nos desenvolvermos através da interação uns com os outros, pois facilita a expressão de sentimentos. A criança aprende a pronunciar as palavras através do relacionamento com os pais e familiares. E também aprende a usar a fala de formas tanto adequadas quanto inadequadamente, de acordo com o que presencia em seu lar.
A fala expressa o que sentimos embora poucos saibam como interpretá-la, pois a boca pode dizer não quero, mas no íntimo o locutor deseja freneticamente por aquilo que negou. Acertou em cheio Freud ao descobrir os mecanismos de defesa do ego que inserido nele está a projeção, que nada mais é do que direcionar a fala a alguém que faz o que fazemos negativamente ou gostaríamos de fazer.
As falas destrutivas trazem consigo resíduos de uma suposta autodesconfiança, obviamente provocada pelo sentimento de inferioridade, insegurança e inadequação de quem as emite. Como formiga elas estão por toda a parte; é só ligar a Tv que já temos acesso a opositores trocando farpas, seja empresas falando mal das outras, políticos, emissoras e até igrejas.
Falar mal da concorrência como técnica de marketing, infelizmente tornou-se um péssimo comportamento reutilizável em todas as áreas da vida. Profissionais liberais adoram falar mal de outro profissional da mesma classe para garantir seus clientes, muitas lojas e empresas em geral criticam os preços, atendimento, qualidade das outras para converter seus clientes a ser adepto ao seu estabelecimento que perto de muitos também tem seus defeitos (o que é normal).
As igrejas também entraram nesta maratona, em meio a guerra de placas existem aquelas que brigam com outras que tem a mesma placa expondo os erros da concorrente para assim ganhar mais adeptos que futuramente descobrirão falhas e serão reconquistados por outra que lhes garantirão ausência de falhas humanas (o que é impossível). As técnicas de evangelismo estão mudando, de falar dos ensinamentos bíblicos para falar dos tijolos e falhas humanas dentro das igrejas.
O que isto tem a ver com psicologia? Tudo! É comportamento humano. A síndrome da inveja do vizinho está se alastrando e ganhando até admiradores de tal sentimento.
Os estragos que a fala pode trazer não é ensinado pelos mesmos pais que ensinam a criança a pronunciar “certo” as palavras, mas falam mal dos outros. Não é ensinado nos treinamento de qualidade no atendimento em empresas que utilizam as palavras para detonar suas concorrentes. Não é ensinado nos conselhos regionais das diversas profissões que tratam tanto da ética e que até proíbem falar de Deus para os pacientes/clientes, mas não são severos em punir aqueles que denigrem seus “colegas” de profissão. Não é ensinado em muitas igrejas onde ensinam os mandamentos de Jesus, mas esquecem deles quando vão falar de outras igrejas. Não é ensinado dentro de partidos políticos que falam tanto de saúde da família, mas são capazes de destruírem muitas delas através das perseguições “políticas”.
Apenas os homossexuais estão tendo o privilégio de serem protegidos das línguas afiadas da oposição, enquanto os demais devem esperar pela sua vez. E quem sabe um dia? Para tanto, continuo defendendo que a saída é o “amor”. Se investirmos em sua propagação através de estudos, treinamentos, atendimentos especializados, pelo estudo bíblico e por projetos sociais (políticos), assim como investimos em falar mal do outro, com certeza o amor se sobressairia assim como os boatos maldosos e ganhariam uma vasta proporção assim como os estragos na vida das vítimas de línguas desenfreadas.

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