quinta-feira, 25 de julho de 2013

Onde está o seu coração?





“Aprendi que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos” (William Shakespeare)
            A chuva que passou deixou imóveis e carros danificados, pessoas feridas fisicamente e emocionalmente. Também deixou aprendizagens e reflexões sobre a vida e suas fatalidades, que não poupa justos e injustos, não olha classe social, etnia e opções de vida.
                Aprendemos que da noite para o dia podemos perder, sejam os bens materiais, saúde, emprego ou pessoas que amamos, pois não temos controle sobre as fatalidades. Cada pessoa reage de uma forma diante os tristes acontecimentos da vida, alguns se revoltam, outros extraem crescimento pessoal e gratidão delas.
        
    Pedimos muitas coisas em nossas orações, geralmente incluímos proteção do nosso lar e de quem amamos. Quando ocorre o contrário é comum ver pessoas que deixam de acreditar ou se revoltam contra Deus. Mas o que está por trás desta revolta na verdade é todo um comportamento de colocar o coração cegamente em algo ou alguém.
            Amar não quer dizer colocar o ser amado acima de qualquer coisa seja da própria vida e seu significado e até acima do próprio Deus (para quem acredita). A psicologia usa o termo supervalorização para o alto sofrimento de um ser por uma única razão, onde o ser a enxerga como motivo maior do total desânimo da vida. Mas na verdade sem utilizar termos, após perder aquilo que a pessoa tinha o coração focado, ela entre numa crise, seja de angústia ou existencial.
            Quando o nosso coração está em fazer da vida um momento onde tudo será voltada para ajudar e amar o próximo, as percas materiais, afetivas ou de pessoas queridas, tornam-se motivadores de potencializar aquilo que já estava no coração. A reconstrução parece ter menos peso, o luto parece ser mais ameno e a tristeza parece ter dias contados para ir embora.
            Deus deixou na natureza exemplo para nós, entre eles o comportamento de muitos pássaros. Um pássaro em uma noite fria e de tempestades geralmente perde seu abrigo (ninho), junto aos seus filhotes (pessoas), em meio a momentos que parecem nunca passar. Mas, quando o sol aponta para um novo dia, eles primeiramente erguem sua cabeça e cantam. Mas diante de todo um sofrimento para quem eles cantam? Após, iniciam o processo de construção, parte por parte. Como conseguem lidar com tragédias desta forma? Eu acredito porque eles não conseguem colocar o coração em coisas ou pessoas.
            Quando colocamos o coração em uma causa maior, conseguimos amar muito mais as pessoas a nossa volta e a vida. Admiro pessoas que ao perder um ente querido erguem suas cabeças em meio a lágrimas e dizem: “Deus deu, deus levou, o que resta agora é levar o que aprendi com o sofrimento a outras pessoas”.
            Tive poucos prejuízos com esta chuva, apenas algumas telhas da lavanderia e meu carro que ganhou cicatrizes. Para mim a natureza trouxe a necessidade de potencializar o que já estava no meu coração, aconteça o que acontecer, os tesouros que tenho não estão armazenados nesta terra, então o que não pode acabar é o amor ao próximo e o desejo de ajudar cada vez mais aqueles que necessitam de ouvidos e braços prontos a acolher.
            Deixo um desafio a você que persistiu em ler este artigo, em dias ruins tente na próxima manhã olhar para os céus e agradecer pela vida e pela oportunidade de recomeçar, só que agora com o coração em algo maior.
            “....pois, onde estiver o seu tesouro, ai também estará o teu coração”(Jesus).

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