terça-feira, 19 de março de 2013

Quem casa quer casa





Entre os maiores transtornos que costumo atender seja na clínica ou nas crises nervosas do pronto socorro está o transtorno de morar com os pais ou sogra(o)s sendo casado e principalmente tendo filhos. 
            Tal problema pode acontecer de duas formas: um dos conjugues começa a ter dificuldade de lidar com as interferências da família do outro, família esta que exige, pois afinal, estão sobre o mesmo teto deles ou o homem estando junto a sua mãe e mulher não sabe a quem defender ou quem escutar primeiro.
           
O que vejo nestes casos são casais por um fio para entrar em crise no casamento e homens que uma vez casado tem que priorizar a sua esposa e defende-la mesmo sendo contra a sua própria mãe. Outros não querem sair de casa mais e a mulher e filhos vivem uma vida dentro do quarto, único lugar de privacidade. Vejo mulheres ao morar junto aos seus pais e marido não consegue perceber que tal situação anulou a posição de líder familiar do marido, este passando a ser mais um filho dentro de casa e automaticamente começa a ver a mulher como irmã e como todos nós temos um dispositivo anti-incesto o cérebro não libera libido para uma irmã.
            Outro problema é a vida sexual do casal que estando de parede e meia entre o quarto dos pais/sogros não pode expressar qualquer prazer de forma sonora e após o ato de amor tem que sair do quarto para ir ao banheiro igual bandido andando na pontinha dos pés para não ser visto.
            O dialogo entre o casal é primordial para a saúde do casamento, as discussões fazem parte deste pacote, mas quando se mora com família secundária (depois do casamento, primária são o conjugue e filhos), só pode discutir através de mímicas ou transformar a discussão em um julgamento com jurados que no final darão o seu parecer sobre quem é o culpado. 
            Casamento é um investimento, vale muito investir nele para serem feliz, muitos ao casar decidem morar com os pais para não pagar alugar, saindo mais caro ter a privacidade tolhida do que investir no casamento pagando aluguel nem que seja de uma edícula, mas passarem juntos o que tiver que passar e depois festejarem as vitórias futuras. 
            A educação dos filhos é outro fator que desencadeia problemas, pois os pais falam uma língua e os demais familiares falam outra, geralmente as regras da casa nas quais estão inseridos. Quando se morar só entre a família primária (pai, mãe e filhos) os filhos incorpora as regras de sua casa imposta pelos pais. 
            Saber enfrentar os problemas e assumir responsabilidades é uma condição adulta para o crescimento psicosocioespiritual, quando se é barrado nestes comportamentos ocorre uma interrupção no desenvolvimento e o casal passa a ter problemas banais mesmo já tendo alguns anos de casamento, mas a imaturidade ainda está presente.
            Segundo o manual do fabricante humano (bíblia) o homem deve deixar pai e mãe e se juntar a sua mulher (Genesis 2:24), quando isto não acontece dá problemas no desenvolvimento da família.
            É bom ressaltar que existem casais que tem casa, mas emocionalmente não se desligaram de seus pais e os colocam junto a eles na cama, nas discussões e nas comparações. Tal comportamento provoca as mesmas consequências dos casos mencionados neste artigo. Deixar os pais e assumir o casamento significa priorizar o casamento, emocionalmente, financeiramente e no lazer. Do contrário só resta colecionar tristezas, crises, falta de paz no lar e falta de saúde física e emocional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário