quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Quando ter responsabilidade torna-se um peso



O desenvolvimento humano passou por vários cenários desde florestas e cavernas a grandes metrópoles. As responsabilidades profissionais e financeiras passaram a ser mais cobradas diante as fumaças do capitalismo, tudo em um ritual de produção, com direito a passos rápidos e privação social.
As algemas da escravidão transformaram-se em cobrança da sociedade por estatus, fama, moda e modelos ilusórios de pai/mãe/marido/mulher/namorado(a) perfeito. E a quem não se enquadrar a exclusão é o preço a ser pago.
Crescer e assumir responsabilidades, suportar, decepções e fazer enfrentamentos, não é uma tarefa fácil. Para isso precisamos de uma boa educação, um bom amparo espiritual e uma boa estrutura familiar. 
Muitas pessoas tomam uma decisão de não assumir as responsabilidades que a vida exige e passam a ser andarilhos ou mendigos como geralmente são chamados. É bom ressaltar a diferença de um andarilho por opção dos que são por causa de problemas mentais, que saem de suas casas sem rumo e trazendo consigo a dificuldade de refletir sobre a coerência de suas atitudes.
Falar sobre os motivos que faz uma pessoa se tornar um andarilho é de certo modo complicado e polêmico. Pois divide a visão entre ser uma problemática social do país ou uma opção do indivíduo.
Segundo alguns teóricos da psicologia, a opção do homem de andar pelas ruas sem destino é fruto da falta de estrutura familiar, de socialização e posterior crise existencial. Há uma visão da Logoterapia na qual eu mais confio que ressalta a falta de Sentido de Vida. Em algumas pesquisas realizadas com andarilhos, o desapontamento com o casamento ou com os pais foram os maiores motivadores da decisão de viverem nas ruas.
A questão espiritual é tratada com pouco caso por estudiosos e críticos, mas é imprescindível para qualquer plano de ajuda que visa o resgate destas pessoas. O pré-conceito é um dos piores inimigos, fazendo com que a população olhe para os andarilhos e os julguem como pessoas marginalizadas ou preguiçosas (mesmo andando centenas de quilômetros). A generalização é burra, pois a injustiça é instalada após ela.
Geralmente os andarilhos tem como maior dificuldade a esperança de uma vida melhor. Dentre eles encontramos filósofos e poetas cuja reflexão é a incoerência do “ser livre”. O filme “O instinto”, traz a historia de um homem bem sucedido que decide viver na selva com uma comunidade de gorilas. Ao ser indagado por um Psicólogo que lhe traz reflexão da necessidade dele de ficar livre do problema (viver na selva), ele rebate filosoficamente: “quem será que é livre? Nós?
Com o esfriar do amor de muitos, a desilusão crescerá cada vez mais, e muitos decidirão viver só e sem vínculo. Olhar para os andarilhos através da ótica social, vamos ter dificuldade de enxergar os gritos advindos de sua alma, clamando por amor e compreensão.  
A crise de responsabilidade está cada vez afetando muitas pessoas que por decepção e falta de estrutura emocional optam por não querer mais ter responsabilidade alguma. O plano de fundo desta situação é o medo do fracasso, desejam não assumir nada para não fracassar novamente.
Os pais tem que criar seus filhos com uma estrutura para suportarem quando o fracasso bater na porta, evitando assim tais problemas, inclusive as tentativas de suicídio que tem como motivo para muitos o desejo de não ter mais problemas/responsabilidades.
O livro de Jó na bíblia mostra em seus 42 capítulos a história de um homem que perdeu sua fortuna, seus filhos e sua saúde da noite pra o dia, o que gerou uma sensação de fracasso, desilusão e crise no casamento. Mas ele optou com viver e esperar na fé no Deus soberano, e venceu! Você que perdeu esperanças e não quer mais assumir responsabilidades, faça o mesmo!

 Procure ajuda.

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