Economizando Energia

“Não se justifique, quem te ama não precisa e quem te odeia não vai acreditar!”

            A palavra justificar significa: Declarar justo, demonstrar ou reconhecer a inocência de, descarregar da culpa imputada (Michaelis). Necessária nos casos de atrasos nas empresas, reuniões, aulas, consultas médicas, audiências e outros compromissos onde houve algum imprevisto. E totalmente desnecessária quando se trata em mostrar quem você é!

            Com certeza uma das grandes neuras das pessoas é se preocupar com o que os outros estão pensando delas, gastando com isso muita energia e ansiedade em meio aos diversos relacionamentos do dia a dia.

           

O que o outro pensa de nós é um fruto de sua conclusão pessoal, onde foram utilizados critérios individuais para o julgamento das causas, baseado em sua educação e caráter. Então aqueles que veem como inimigos quem diz uma verdade ou como ameaça aqueles que tem uma opinião contrária a deles, serão pessoas que nunca acreditarão nas justificativas de seus supostos opositores. Já os que tem alta capacidade de amar o próximo e respeitá-lo incondicionalmente, deixando de lado suas crenças e opiniões, também se faz desnecessário uma justificativa, pois sua alta capacidade de sentir quem realmente a pessoa é em sua essência, a isenta de qualquer explicação.

            Há pessoas que a primeira impressão é a que fica para sempre, então mesmo após uma mudança radical do indivíduo, sempre será desacreditado. Quem sofre muito com estes julgamentos eternos são aqueles que já foram usuários de drogas, estiveram na prostituição ou ex presidiários, que mesmo demonstrando mudanças são tratados com insegurança por aqueles que não acreditam em transformação pessoal.

            A generalização está por trás deste comportamento de descrédito perpetuo de muitos, que tem como filosofia: “uma vez perdido a confiança, nunca mais a recupera”. O egoísmo é a estrutura maior deste comportamento, pois em seu plano de fundo a crença é: “se não seguir as minhas regras não tem crédito comigo”. Algumas pessoas são curadas deste mal após necessitar de perdão, já outras por causa do orgulho continuam desejando cegar-se e continuar acusando para não enxergar suas mazelas.

            Há pessoas que após uma decisão infeliz, amargam em suas vida muito tempo em descrédito o que as fazem desanimar, entrando muitas vezes em depressão por acreditarem que jamais resgatarão a confiança dos outros (sua reputação).

            Então mediante a estas situações é melhor não gastar energia se justificando, deixando ao tempo esta incumbência, pois aos que amam é desnecessária e aos que odeiam é um prato cheio.

            Economize energia! Quem você é não pode estar atrelado ao que os outros pensam de você, a sua essência não pode ser julgada por falhos humanos. A música que fala do beijinho no ombro faz sucesso mesmo mergulhado a um repertório horroroso e pobre, mas prega “o não se importe com o que os outros falam de você” (o que muitos desejam acreditar). É claro que cada pessoa deve sempre fazer uma autoanálise para enxergar seus erros.

            Perdoar é uma decisão racional (e não emocional) onde o objetivo não é esquecer, o que seria impossível neurologicamente, mas decidir confiar novamente (ou permitir-se ter uma outra visão da pessoa) e amar independente de quem o outro seja.

            O cristianismo ajuda a pessoa a chegar neste ponto, pois seu fundador (Jesus que também foi desacreditado por muitos), pregou a necessidade de darmos mais uma chance aqueles que cometeram um erro em suas vidas, assim como eles fez, faz hoje e continuará fazendo para a humanidade que erra, uma vez que não é perfeita. Também condenou o julgamento ao próximo, deixando para Ele esta função nos preservando de cometer injustiça em relação ao próximo.

            Se você sofre por causa de uma “fama” adquirida por uma decisão errônea ou mesmo sem ter tido culpa, não gaste energia se justificando, use-a para se fortalecer e aprender com os erros, desejando se tornar uma pessoa melhor a cada dia e aberta para motivar pessoas desacreditadas, “com propriedade”.