“Quando nos espraiamos no terreno plano os canhões
martelaram em cima de nós. Bombas e mais bombas foram caindo e nós sem o mínimo
abrigo recebemos o bombardeio de peito aberto. Corríamos para um lado,
corríamos para outra e cada vez mais o bombardeio se intensificava. Não pude
escapar, uma bomba caiu em minhas pernas, quebrando-as, uma totalmente e a
outra com fraturas graves. Procurei as pernas e não encontrei. Coloquei bem o
capacete na cabeça e deitei de bruços, nada melhor podia fazer, ali a única
proteção era a providência de Deus. Ato contínuo uma outra bomba caía em cima
de um companheiro meu, um soldado do 1° pelotão. Olhei para ele; estava
vermelho de sangue e apenas deu um gemido, virou para o lado e morreu.Vi-me
perdido porque eu me esvaía em sangue e os padileiros não podiam entrar no
campo para nos recolher, debaixo de tão pesado bombardeio. Pois mesmo assim os
denodados homens do corpo de saúde entraram. Apanharam-me na padiola que foram
jogando ora num lugar, ora noutro, corriam e voltavam e me pegavam de novo e
foram me levando por lances, a trancos e barrancos, com grande risco de vida.
Tiraram-me da zona de bombardeio, amarraram-me um garrote em cada perna e
voltaram para apanhar o morto e mais alguns feridos que iam tombando”(trecho de
relato de um soldado na segunda guerra mundial, fonte: O Expedicionário – Memórias da 2º Guerra
Mundial – Joaquim Pinto Magalhães).
Refletindo sobre
a nossa realidade que ultimamente está repleta de mortes trágicas e crueldades
de pessoas que não poupam nem mais os inocentes. Hoje os assaltos estão sendo
seguidos de morte, sejam quem for a vítima, de crianças, pai de família a
idosos indefesos. As drogas cuja liberação é tão incentivada por muitos estão
alastrando pelos lares matando pessoas seja pelas suas consequências ou pelo
desgaste emocional de mães e pais. Tudo isto me fez comparar a nossa vida com
as dos soldados que viveram o