“Quando nos espraiamos no terreno plano os canhões
martelaram em cima de nós. Bombas e mais bombas foram caindo e nós sem o mínimo
abrigo recebemos o bombardeio de peito aberto. Corríamos para um lado,
corríamos para outra e cada vez mais o bombardeio se intensificava. Não pude
escapar, uma bomba caiu em minhas pernas, quebrando-as, uma totalmente e a
outra com fraturas graves. Procurei as pernas e não encontrei. Coloquei bem o
capacete na cabeça e deitei de bruços, nada melhor podia fazer, ali a única
proteção era a providência de Deus. Ato contínuo uma outra bomba caía em cima
de um companheiro meu, um soldado do 1° pelotão. Olhei para ele; estava
vermelho de sangue e apenas deu um gemido, virou para o lado e morreu.Vi-me
perdido porque eu me esvaía em sangue e os padileiros não podiam entrar no
campo para nos recolher, debaixo de tão pesado bombardeio. Pois mesmo assim os
denodados homens do corpo de saúde entraram. Apanharam-me na padiola que foram
jogando ora num lugar, ora noutro, corriam e voltavam e me pegavam de novo e
foram me levando por lances, a trancos e barrancos, com grande risco de vida.
Tiraram-me da zona de bombardeio, amarraram-me um garrote em cada perna e
voltaram para apanhar o morto e mais alguns feridos que iam tombando”(trecho de
relato de um soldado na segunda guerra mundial, fonte: O Expedicionário – Memórias da 2º Guerra
Mundial – Joaquim Pinto Magalhães).
Refletindo sobre
a nossa realidade que ultimamente está repleta de mortes trágicas e crueldades
de pessoas que não poupam nem mais os inocentes. Hoje os assaltos estão sendo
seguidos de morte, sejam quem for a vítima, de crianças, pai de família a
idosos indefesos. As drogas cuja liberação é tão incentivada por muitos estão
alastrando pelos lares matando pessoas seja pelas suas consequências ou pelo
desgaste emocional de mães e pais. Tudo isto me fez comparar a nossa vida com
as dos soldados que viveram o
terror de uma guerra. Como aqueles que presenciam
morte de inocentes que estavam lutando por uma causa do país e que em muitas
vezes recebendo ataque sem causa aparente como aconteceu na guerra entre os EUA
e o Iraque.
Um dos meus
autores preferidos, Paulo de Tarso, em sua caminhada em busca de um mundo
melhor (com Deus), comparou a sua realidade com a de um soldado que luta por
uma causa justa, automaticamente correndo riscos.
Assim estamos
nós como soldados que: corre o risco de estar trafegando tranquilamente por uma
rodovia não movimentada e ser atingido por um carro álcool/droga-bomba; que
corre o risco de perder a vida só porque o inimigo quer o seu dinheiro; que
está na linha de frente de uma batalha contra a injustiça social porque quem
deveria estar preferem permanecer em seu conforto; que a qualquer momento pode
perder um ente querido vítima de um jovem que não sabe manusear sua arma-carro/moto;
correndo o risco de ser prejudicado só porque simplesmente não gostaram da sua
cara; porque é mais espiritual ou porque não é do mesmo grupo que outros.
Sim, estamos em
uma guerra igual ao relato acima e não sabemos quando e onde cairão bombas.
Sim, estamos em uma guerra espiritual e as igrejas estão dormindo ou brincando
de quem tem mais torcedores fanáticos ao invés de recrutar verdadeiros
adoradores.
Sim estamos em guerra e aqueles que estão
dispostos a morrer para que outros possam viver, chorar para que outros possam
sorrir e sabem manusear bem as armaduras do Senhor da vitória (Efésios 6:
13-17), estão convidados por ele a participar da missão de enviar suprimentos
as vítimas desta guerra.
“Suporte comigo os sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum
soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar
aquele que o alistou” (2 Timóteo 2:3-4)
Nenhum comentário:
Postar um comentário