quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A arte de desaprender





“Eu quero desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que me pintaram. Desencaixotar emoções, recuperar sentidos” (Rubem Alves)

Quem nunca parou para pensar o quanto ainda tem o que aprender? O conhecimento é um caminho humanamente infinito, quanto mais sabemos, mais temos a certeza de que temos que aprender mais. Mas o maior pré-requisito para adquirir uma nova aprendizagem é desaprender para reaprender.
          
  Quantas coisas temos que desaprender! Quantos ensinamentos incoerentes nos foram repassados e são repassados até hoje. Uma criança absorve uma altíssima carga de informação e muitas delas ficam armazenadas em sua memória onde futuramente vão ser testadas para serem implantadas no dia a dia. Informações como: “Você não serve para nada, homem não chora, ninguém vai te querer, você só dá trabalho, sai ser um drogado ou nunca vai sair dessa, Deus não vai te ajudar em nada, não adianta ser bom, casamento é uma furada, não existe amor, deve-se se fazer o que o coração manda”, entre outros; podem prejudicar o crescimento sociopsicoespiritual.
            Quantas coisas temos que desaprender sobre casamento para assim podermos ser felizes! Informações incoerentes nas quais foram repassadas por pessoas infelizes e ignorantes em relação a relacionamento afetivos.
            Quantas coisas temos que desaprender sobre profissionalismo! Informações que adquirimos através do convívio com pessoas pessimistas e acomodadas, geralmente frustradas também.
            Quantas coisas temos que desaprender sobre humildade para verdadeiramente exercê-la! Informações adotadas através de péssimas lideranças ou de pessoas mal informadas sobre o assunto.
            Quantas coisas temos que desaprender sobre nós mesmos! Informações nas quais entraram em nossa mente através de pessoas da própria família que não exerceram sabedoria (ou não a tem) e de outros que passaram ou estão a nossa volta projetando suas frustrações e opiniões baseadas em seu próprio ego.
            Quantas coisas temos que desaprender sobre família! Informações que chegaram até nós seja por meio de observação da própria família inicial ou vinda de pessoas que devido ao fato de terem sido magoadas no passado hoje pregam o fim dela (família).
            Quantas coisas temos que desaprender sobre Deus! Informações que foram passadas por pessoas despreparadas ou sem um pingo de espiritualidade assim como fizeram com os índios no passado. Quantas crianças estão crescendo ouvindo que Deus está bravo com elas ou que Ele não ajuda em nada. Quantos estão apodrecendo dentro das igrejas por falta de conhecimento (bíblico).
            Temos muito que desaprender para poder reaprender, mas de forma coerente. Mudar crenças traz alivio e paz interior, além da sensação de que foi tirado um fardo das costas.
            Infelizmente vejo muitos pais proibindo os filhos de terem a liberdade de pesquisar sobre as aprendizagens emitidas por eles (mesmo depois de adultos). Logicamente os filhos devem fazer isto com respeito, pois não concordar com uma opinião de alguém, mas respeitá-la é um ato de maturidade.
            Um dos sinais do amadurecimento é a cada ano termos a consciência de que desaprendemos muitas coisas e reaprendemos e tal mudança acarreta hoje muitos benefícios.
            Então aqui vai uma dica: Pense sobre qual assunto ou situação que te faz mal e depois de detectada pesquise sobre o assunto em um âmbito psicológico e espiritual. Reflita sobre as atitudes incoerentes com a nova informação adquirida. Então mude as atitudes baseada na nova filosofia de vida e usufrua da paz que consequentemente surgirá dentro de você. Outra dica: ao pesquisar autores, busque sempre aquele que provou com a própria vida como deve ser feito.
            Boa desaprendizagem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário