“A raiz do
perfeccionismo encontra-se nos padrões criados pelo individuo para se obter
algo desejado, geralmente o amor de alguém”.
A
criança feliz da vida por ter tirado nota 8 na prova não vê a hora de chegar em
casa para mostrar aos pais a sua conquista. O momento chega e algo inesperado
acontece: os pais cheios de indignação, com olhares de desaprovação dizem para
seu filho que ele deveria tirar 10. Após um mês a criança tira dez e certa de
que agora sim a viria a aprovação dos pais em forma de elogios, se surpreende
novamente ao ouvir que não fez mais que a obrigação! Pais insatisfeitos geram
filhos inseguros em relação ao amor, pois lhes são colocados condições para serem
aprovados, seja sendo bonzinho na escola ou igual ao filho do vizinho que não
dá trabalho (será?).
Pessoas
que não se sentiram amadas pelo que és, mas pelo que faz, crescem querendo
buscar a aprovação nos outros, desenvolvendo padrões de comportamento cujo
objetivo é buscar a perfeição para serem amadas. Muitos entram em
relacionamentos com pessoas inacessíveis ou com dificuldade de expressar
sentimento, fechando assim um ciclo de tentativas de conquistar o amor que na
verdade não foi sentido na infância.
O
perfeccionismo sentimental é desenvolvido mediante a vivência adquirida nos
relacionamentos, na qual a criança cobrada com padrões de comportamento cresce
e repassa tais padrões aos seus relacionamentos afetivos. E quem foi muito
cobrado passa a cobrar o outro gerando sofrimento nos relacionamentos, além de
tristezas e frustrações.
Vejo
muitos pais punindo seus filhos com ausência de amor/carinho, deixando claro
que abraços e reconhecimento só vão existir se houver o comportamento desejado
por eles. Ensinando distorcidamente que amor só tem quem satisfaz a vontade dos
outros, e que a pessoa deve fazer de tudo para agradar para assim receber o
amor tão desejado. Mas na verdade quem faz tudo certo?
Amar
os filhos em meio a disciplina é um desafio aos pais e um grande remédio para
muitos problemas emocionais, entre eles o perfeccionismo. Amar após punir é a
base para que o comportamento de amar ao próximo seja implantado com eficácia.
Os
termos “se você fosse, se melhorar, se tivesse feito melhor”, são sinais de
condicionalidade de amor, passando a imagem de que só será amado se uma vez for
enquadrado no sistema implantado. Tais sistemas de merecimento exagerado gera o
perfeccionismo, e a raiz do perfeccionismo encontra-se nos padrões criados pelo
individuo para se obter algo desejado, geralmente o amor de alguém.
Todos
nós somos falhos, errantes e pecadores, nunca iremos chegar a uma perfeição
comportamentais, pois quando melhoramos em algo descobrimos que temos mais a
melhorar. Assim deve ser o nosso olhar para o próximo, pessoas que tem
qualidades e defeitos, acertos e falhas, devem ser amadas incondicionalmente
pelo que és em sua essência, assim como nós desejamos ser amados.
Jesus
quando começou a pregar, especificamente em seu sermão do monte, trouxe um
ensinamento que contradizia totalmente os altos padrões de exigências pregados
na época. A força na fraqueza e a importância dos fracos soaram como heresia para
os legalistas de prontidão. Estava ali sendo implantado uma filosofia em que
tiraria o fardo das pessoas deixando-as livre dos seus jugos, uma vez que
reconhecessem que ninguém merecia o amor de Deus, mas que Ele ama incondicionalmente.
Assim
é o que devemos fazer e pensar, que amar não deve ser uma questão de
merecimento mas sim de atitude e quando decidimos amar as pessoas apesar de
suas falhas automaticamente tiramos um fardo de nossas costas. Ame!
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