O meu dia a
dia como Psicólogo Hospitalar tornou-se mais tenso e preocupante devido às
diversas tentativas de suicídio que está aumentando indescritivelmente. Atendo
a base de uma pessoa que tenta suicídio a cada dois dias. Os casos consumados
onde a tentativa foi letal, ocorreu devido a dificuldade de observação daqueles
que conviviam com a pessoa (família e amigos).
O suicídio reflete um contínuo que vai desde a idéia, a tentativa e até a realização do suicídio. Esses três grupos (os que pensam, os que tentam e os que cometem) são o passo a passo do suicídio. Tudo se inicia através do pensamento de desistir de tudo, fugir ou vingar-se de alguém. Brigas familiares, alto estresse no trabalho, humilhações, luto (morte de entes queridos) separação conjugal, rompimentos de namoro e depressão, são ativadores de ideações suicidas. Há pessoas que passam por tais situações sem comprometimentos emocionais, mas outras que não tem (teve) estrutura para suportar, necessitam de atenção redobrada.
Muitos
interpretam o comportamento das pessoas que tentaram suicídio como forma de
chamar a atenção, as estatística comprovam que tal forma de olhar é arriscada,
pois 16% das dos suicidas tentaram outras vezes anos anteriores.
Existem quatro
tipos de suicídio dentre eles, Freeman & Reinecke (1993) descreveram como:
(1) suicídio desesperançado que se
refere às pessoas que acreditam que sua situação é intolerável e não há nenhuma
esperança de melhora. Estas pessoas tornam-se extremamente pessimistas e vêem o
suicídio como uma solução razoável para os seus problemas, considerando-o
“adaptativo”; (2) suicídio psicótico
inclui pacientes que têm alucinações ou delírios de comandos. Embora o suicídio
seja a principal causa de morte prematura em indivíduos com história de
esquizofrenia, as pesquisa não apóiam a crença de que os pacientes delirantes
tentam o suicídio em resposta a alucinações de comando. Ao contrário, os
esquizofrênicos tentam o suicídio durante períodos de relativa lucidez, uma vez
que a cronicidade da doença e a recorrência dos episódios psicóticos é que
colocam o indivíduo em risco de suicídio.; (3) suicídio racional é o terceiro subtipo de suicídio, onde
freqüentemente estes indivíduos sofrem de uma doença terminal ou progressiva e
vêem o suicídio como um curso de ação razoável. Como os pacientes
desesperançados, esses indivíduos são habitualmente motivados pelo desejo de
alívio de sua doença ou pelo desejo de evitar a dor ou o sofrimento decorrente
de sua condição de deterioração, o qual acomete apenas 2% dos indivíduos.
Destes, a maioria também manifesta um transtorno mental agudo, como depressão;
(4) suicídio histriônico ou impulsivo constituem o quarto subtipo de suicídio. Estes
indivíduos são motivados não pelo desejo de alívio, mas por um desejo de
estimulação ou excitação. Eles não tendem a se sentir particularmente
desesperançados ou pessimistas; ao contrário, são motivados por um desejo de
atenção ou vingança. Embora as tentativas muitas vezes sejam impulsivas e
possam ser vistas pelos outros como “busca de atenção”, elas não devem ser
ignoradas, nem sua significação deve ser minimizada (Reinecke, 2005).
Pesquisas
comprovam que 75% das pessoas que tentaram o suicídio procuraram ajuda,
portanto vamos nos alertar ao presenciar alguém que apresenta os seguintes
comportamentos: pensamentos suicidas, isolamento social, depressão, problemas
com o abuso de álcool e drogas, problemas conjugais (onde não há aceitação de
possível separação) e dificuldade de superação do luto. No caso de possíveis
suspeitas procurem urgentemente ajuda de profissionais especializados.
Já
os familiares e amigos a melhor forma de ajudar após ter buscado ajuda
profissional é junto a pessoa buscar a Jesus, pois ele é o único caminho que
leva a Vida.
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