domingo, 17 de novembro de 2024

O diabo de cada dia: uma reflexão sobre a necessidade de fugir da autorresponsabilidade

A palavra "Diabo" tem equivalência no latim, por sua vez originado do grego antigo (διά+βολος), transl diá (mediante/passar de/através de)+bolos (recusar, retrucar, argumentar), entendido como "negador", "caluniador", "opositor", ou "acusador" (aquele que nega). Aquele que nega o quê? O amor a Deus, a si mesmo e ao próximo! Aquele que nega este o maior mandamento na qual Cristo afirmou em carne. 
Na Nova Versão Internacional (NVI) da Bíblia, em João 6:70-71, Jesus diz: “Eu escolhi vocês doze, mas um de vocês é um diabo”. Jesus estava se referindo a Judas, filho de Simão Iscariotes, um dos Doze, que mais tarde o trairia. Então Jesus relaciona Judas como aquele que se opõe, que se prostitui por dinheiro, aquele que foge dos princípios do amor, da ética e da moral humanitária. 
Mas antes deste ocorrido, Jesus virou-se e disse a Pedro: "Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens" (Mateus 16). Jesus relaciona Pedro naquele momento como um opositor da grande missão de Cristo que era morrer para salvar a humanidade. 
Algumas  religiões  trazem o diabo como um ser com a magnitude de um Deus, que entra em uma luta pessoal com o único Deus, mas se é único,  então ele o diabo não tem espaço nem para competir. Servindo apenas para a desculpas daqueles que preferem jogar nele a responsabilidade das própria atitudes. 
Em um mundo aonde se mata crianças por motivos torpe, mata pessoas por causas banais, existem os estupros , violências gerais, Bullying,  acusações religiosas que levam a morte e maldade de graça! Pergunto: para que ter um diabo? Se as pessoas já fazem esse papel? Mesmo os que se dizem religiosos, tem prazer em acusar em encaminhar as pessoas para a solidão,  depressão e suicídio!
O filme "O diabo de cada dia" , faz essa crítica a religiosidade mascarada pela maldade e acusações.  Uma espiritualidade sem evolução, que encaminha as pessoas para a morte solitária. 
Eu pesquisei a vida das muitas pessoas que tiraram a sua vida nos últimos dois anos e encontrei: 
* Desamparo familiar
*Desamparo religiosos junto a acusação e expulsão da igreja 
* Desamparo de amigos, onde uma vez que estava doente, passou a não ser boa companhia
* Desamparo do sistema de saúde, uma vez que o doente passa a ser aquele que perturba
* Desamparo financeiro, mesmo passando por dificuldades os cobradores não perdoaram 
Então volto a perguntar: "para que um diabo se as pessoas já se encarregam de fazer o papel dele"? Que é ir contra os mandamentos de Jesus! 
É muito bom falar que "Deus me usou" para fazer o bem, mas quem tem coragem de dizer que foi o diabo em tal situação? 
Pedro se redimiu e entendeu que precisava evoluir e muito para ser um apascentador de ovelhas e foi. Judas não reconheceu e preferiu a morte. 
Que Deus nos livre de um coração diabólico e nos conceda  um coração próximo ao Dele. Que assim seja 🙏🏼. 

Iris Vieira, Psicólogo Clínico e Hospitalar (19 anos), Palestrante,  Consultor,  Escritor e Teólogo. 

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