O
desenvolvimento humano passou por vários cenários desde florestas e cavernas a
grandes metrópoles. As responsabilidades profissionais e financeiras passaram a
ser mais cobradas diante as fumaças do capitalismo, tudo em um ritual de
produção, com direito a passos rápidos e privação social.
As algemas da
escravidão transformaram-se em cobrança da sociedade por estatus, fama, moda e
modelos ilusórios de pai/mãe/marido/mulher/namorado(a) perfeito. E a quem não se
enquadrar a exclusão é o preço a ser pago.
Crescer e
assumir responsabilidades, suportar, decepções e fazer enfrentamentos, não é
uma tarefa fácil. Para isso precisamos de uma boa educação, um bom amparo
espiritual e uma boa estrutura familiar.
Falar sobre os
motivos que faz uma pessoa se tornar um andarilho é de certo modo complicado e
polêmico. Pois divide a visão entre ser uma problemática social do país ou uma
opção do indivíduo.
Segundo alguns teóricos
da psicologia, a opção do homem de andar pelas ruas sem destino é fruto da
falta de estrutura familiar, de socialização e posterior crise existencial. Há
uma visão da Logoterapia na qual eu mais confio que ressalta a falta de Sentido
de Vida. Em algumas pesquisas realizadas com andarilhos, o desapontamento com o
casamento ou com os pais foram os maiores motivadores da decisão de viverem nas
ruas.
A questão
espiritual é tratada com pouco caso por estudiosos e críticos, mas é
imprescindível para qualquer plano de ajuda que visa o resgate destas pessoas.
O pré-conceito é um dos piores inimigos, fazendo com que a população olhe para
os andarilhos e os julguem como pessoas marginalizadas ou preguiçosas (mesmo
andando centenas de quilômetros). A generalização é burra, pois a injustiça é
instalada após ela.
Geralmente os
andarilhos tem como maior dificuldade a esperança de uma vida melhor. Dentre
eles encontramos filósofos e poetas cuja reflexão é a incoerência do “ser
livre”. O filme “O instinto”, traz a historia de um homem bem sucedido que
decide viver na selva com uma comunidade de gorilas. Ao ser indagado por um
Psicólogo que lhe traz reflexão da necessidade dele de ficar livre do problema
(viver na selva), ele rebate filosoficamente: “quem será que é livre? Nós?
Com o esfriar do
amor de muitos, a desilusão crescerá cada vez mais, e muitos decidirão viver só
e sem vínculo. Olhar para os andarilhos através da ótica social, vamos ter
dificuldade de enxergar os gritos advindos de sua alma, clamando por amor e
compreensão.
A crise de
responsabilidade está cada vez afetando muitas pessoas que por decepção e falta
de estrutura emocional optam por não querer mais ter responsabilidade alguma. O
plano de fundo desta situação é o medo do fracasso, desejam não assumir nada
para não fracassar novamente.
Os pais tem que
criar seus filhos com uma estrutura para suportarem quando o fracasso bater na
porta, evitando assim tais problemas, inclusive as tentativas de suicídio que
tem como motivo para muitos o desejo de não ter mais
problemas/responsabilidades.
O livro de Jó na
bíblia mostra em seus 42 capítulos a história de um homem que perdeu sua
fortuna, seus filhos e sua saúde da noite pra o dia, o que gerou uma sensação
de fracasso, desilusão e crise no casamento. Mas ele optou com viver e esperar
na fé no Deus soberano, e venceu! Você que perdeu esperanças e não quer mais
assumir responsabilidades, faça o mesmo!
Procure ajuda.
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