“Egoísmo e
amor-próprio, longe de serem idênticos, são de fato opostos. A pessoa egoísta
não ama a si mesma demasiadamente, mas muito pouco” (ERICH FROMM)
Muitas pessoas confundem o amor próprio com o egoísmo apesar
de ser uma linha tênue para aqueles que não sabem diferencia-lo. É comum
ouvirmos mensagens sobre amor próprio em livros, DVDs ou de pessoas, dando ênfase
de que devemos nos amor sobre todas as coisas e pessoas.
A má interpretação do amor próprio é um dos entraves do
perdão, também uma das explicações para o tratar mal o próximo. É comum vermos
pessoas sendo aconselhadas a não “se rebaixar” para mostrar que tem amor próprio,
mas o estranho é que a pessoa que decide por assim fazê-lo geralmente não
consegue cumprir.
Quando temos amor próprio sabemos quem somos e sabemos onde
podemos chegar e mediante a uma injustiça ou aborrecimento preferimos pacificar
ao invés de entrar em guerra. Queremos o bem do próximo assim como desejamos em
nossas vidas. A atitude de amor próprio no exemplo dado seria em meio à crise
no relacionamento pensar na decisão onde pacificaria mesmo que um saia perdendo
e que este deva ser quem tem mais amor próprio pois a recuperação seria bem
mais rápida.
Em um atendimento a uma mulher que foi traída pelo namorado, percebi
que a fonte de toda a somatização e angustia estava no conflito em querer
defender o seu amor próprio. Uma vez que apresentei a versão de que uma vez tendo
amor próprio não seria mais necessário ter que defende-lo e uma vez se amando o
desejo de que o outro se dê bem iria brotar dentro dela. Foi o que aconteceu!
Ela perdoou e liberou a vida dele para que fosse feliz o abençoando, como consequência
deste comportamento o rapaz seguiu o seu caminho e ela algum tempo depois encontrou
o verdadeiro amor de sua vida.
Para mim a melhor explicação de amor próprio foi dada pelo
Mestre da sabedoria: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. Jesus sabia que as
pessoas tinham dificuldade de saber até onde era amor próprio ou egoísmo, então
mostrou que o amor ao próximo era equivalente ao amor próprio. Colocou o amar o
próximo em primeiro lugar pois seria um termômetro de que realmente estaríamos amando
a nós mesmos.
Realmente a minha paciente não tinha amor próprio, um dos
sintomas era querer o mal do próximo mesmo sobre razão humana, mas ao entender
que estar bem consigo tinha como consequência conseguir amar o próximo se
libertou de muitos traumas até o de não se sentir amada pelas pessoas.
Quando eu amo o próximo a ponto de não querer provar que
estou certo, faz com que eu zele pela minha saúde emocional e espiritual,
fazendo bem para mim, automaticamente tendo amor próprio. Quando eu cuido do
outro seja dirigindo cautelosamente, respeitando sua opinião, oferecendo ajuda,
sendo pacífico, amando incondicionalmente; na verdade estou me amando e livrando
o meu corpo de sofrer com as consequências que o egoísmo acarreta.
Desafio você a se amar, tendo como termômetro o quanto você
está fazendo bem ao seu próximo!
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