“Aprendi que deveríamos ser
gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos” (William
Shakespeare)
A
chuva que passou deixou imóveis e carros danificados, pessoas feridas
fisicamente e emocionalmente. Também deixou aprendizagens e reflexões sobre a
vida e suas fatalidades, que não poupa justos e injustos, não olha classe
social, etnia e opções de vida.
Aprendemos
que da noite para o dia podemos perder, sejam os bens materiais, saúde, emprego
ou pessoas que amamos, pois não temos controle sobre as fatalidades. Cada
pessoa reage de uma forma diante os tristes acontecimentos da vida, alguns se
revoltam, outros extraem crescimento pessoal e gratidão delas.
Pedimos muitas coisas em nossas orações, geralmente incluímos proteção do nosso lar e de quem amamos. Quando ocorre o contrário é comum ver pessoas que deixam de acreditar ou se revoltam contra Deus. Mas o que está por trás desta revolta na verdade é todo um comportamento de colocar o coração cegamente em algo ou alguém.
Amar
não quer dizer colocar o ser amado acima de qualquer coisa seja da própria vida
e seu significado e até acima do próprio Deus (para quem acredita). A psicologia
usa o termo supervalorização para o alto sofrimento de um ser por uma única
razão, onde o ser a enxerga como motivo maior do total desânimo da vida. Mas na
verdade sem utilizar termos, após perder aquilo que a pessoa tinha o coração
focado, ela entre numa crise, seja de angústia ou existencial.
Quando
o nosso coração está em fazer da vida um momento onde tudo será voltada para
ajudar e amar o próximo, as percas materiais, afetivas ou de pessoas queridas,
tornam-se motivadores de potencializar aquilo que já estava no coração. A
reconstrução parece ter menos peso, o luto parece ser mais ameno e a tristeza
parece ter dias contados para ir embora.
Deus
deixou na natureza exemplo para nós, entre eles o comportamento de muitos
pássaros. Um pássaro em uma noite fria e de tempestades geralmente perde seu
abrigo (ninho), junto aos seus filhotes (pessoas), em meio a momentos que
parecem nunca passar. Mas, quando o sol aponta para um novo dia, eles
primeiramente erguem sua cabeça e cantam. Mas diante de todo um sofrimento para
quem eles cantam? Após, iniciam o processo de construção, parte por parte. Como
conseguem lidar com tragédias desta forma? Eu acredito porque eles não
conseguem colocar o coração em coisas ou pessoas.
Quando
colocamos o coração em uma causa maior, conseguimos amar muito mais as pessoas
a nossa volta e a vida. Admiro pessoas que ao perder um ente querido erguem
suas cabeças em meio a lágrimas e dizem: “Deus deu, deus levou, o que resta
agora é levar o que aprendi com o sofrimento a outras pessoas”.
Tive
poucos prejuízos com esta chuva, apenas algumas telhas da lavanderia e meu
carro que ganhou cicatrizes. Para mim a natureza trouxe a necessidade de
potencializar o que já estava no meu coração, aconteça o que acontecer, os
tesouros que tenho não estão armazenados nesta terra, então o que não pode
acabar é o amor ao próximo e o desejo de ajudar cada vez mais aqueles que
necessitam de ouvidos e braços prontos a acolher.
Deixo
um desafio a você que persistiu em ler este artigo, em dias ruins tente na
próxima manhã olhar para os céus e agradecer pela vida e pela oportunidade de
recomeçar, só que agora com o coração em algo maior.
“....pois, onde estiver o seu tesouro, ai
também estará o teu coração”(Jesus).
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